Talvez algumas pessoas amadureçam e acabam perdendo traços
que eram “importantes” pra personalidade.
Mas só percebem depois, é claro.
Traços tão minúsculos e que traziam bem estar profundo.
Hoje: sente-se bem, se arrume para sair, não use só preto,
penteie o cabelo, seja delicada.
Cuidado com o linguajar, menina não diz “mano” e muito menos
palavrão, emagreça, cabelo curto, cabelo longo, pintado, assim não, do outro
jeito... Você não tem mais idade pra isso. Que infantil! Fuja do padrão, seja
você mesmo, mas cuidado pra não ser desagradável. Não tem agradar a todos, mas
tenha mente aberta para mudar. Pô!
“Somos quem podemos ser... sonhos que podemos ter.”
Eu costumava escrever muito bem. Costumava. Hoje em dia,
tento me inspirar em outros textos que leio de outras pessoas. E elas sim
escrevem bem. Investem nisso começando pela faculdade e indo até sites.
Parabéns a elas! Provavelmente eram que nem eu... Deviam sempre ter escrito bem, e não pararam.
Eu parei.
Escrevia no papel mesmo, não no computador. E eu acho que isso faz
diferença, sim. Era pegar a caneta, pensar sobre qualquer coisa que saía. Tudo
fluía tão claramente, tão transparente, eu quase sempre conseguia expressar
tudo que pensava ou sentia apenas nas palavras. Lendo minhas redações do
colegial – diga-se de passagem, com notas muito gordas - me dá uma saudades do
que eu era.
De como as coisas eram. Será que minha cabeça mudou tanto assim?
Agora, por exemplo, o receio de mostrar essas palavras para
qualquer outra pessoa é forte. Mesmo já mudando e tirando vários trechos delas.
Pode ser clichê, pobre, comum, medíocre, óbvio, sem criatividade... Tenho a
impressão que antes eu me orgulhava de escrever, queria mostrar para a maior
quantidade de pessoas que tivessem opiniões importantes pra mim. Hoje não.
Talvez porque no colégio era mais fácil, eu já escrevia sabendo que alguém não
ia apenas ler, mas dar uma nota pros meus pensamentos. Talvez isso
encorajasse...
Acho que o pseudo-intelectualismo é significantemente
presente em quase todo mundo.
Já diria Vinicius de Moraes: “O homem que diz
‘sou’, não é. Porque quem é mesmo é ‘não sou’”.
Vão saber o que você é jeito
mais natural sempre, não há necessidade de ficar provando.
Viu,
pseudo-intelectualismo agindo...
Afinal, quem não gosta de ser inteligente? Ou ao menos
parecer. Impressiona.
Talvez eu volte a escrever. Sobre tudo, sobre histórias,
sonhos, fatos sociais, sobre mulheres importantes, sobre boates pegando fogo,
sobre morte, sobre vida, sobre saudades, sobre amor. Sobre humildade, sobre
viagens longas, sobre temas propostos por faculdades nos vestibulares...
Nenhum comentário:
Postar um comentário