segunda-feira, 15 de abril de 2013

De Dentro pra Fora


Talvez algumas pessoas amadureçam e acabam perdendo traços que eram “importantes” pra personalidade. 
Mas só percebem depois, é claro.
Traços tão minúsculos e que traziam bem estar profundo.

Hoje: sente-se bem, se arrume para sair, não use só preto, penteie o cabelo, seja delicada.
Cuidado com o linguajar, menina não diz “mano” e muito menos palavrão, emagreça, cabelo curto, cabelo longo, pintado, assim não, do outro jeito... Você não tem mais idade pra isso. Que infantil! Fuja do padrão, seja você mesmo, mas cuidado pra não ser desagradável. Não tem agradar a todos, mas tenha mente aberta para mudar. Pô!

“Somos quem podemos ser... sonhos que podemos ter.”

Eu costumava escrever muito bem. Costumava. Hoje em dia, tento me inspirar em outros textos que leio de outras pessoas. E elas sim escrevem bem. Investem nisso começando pela faculdade e indo até sites. Parabéns a elas! Provavelmente eram que nem eu...  Deviam sempre ter escrito bem, e não pararam. Eu parei. 

Escrevia no papel mesmo, não no computador. E eu acho que isso faz diferença, sim. Era pegar a caneta, pensar sobre qualquer coisa que saía. Tudo fluía tão claramente, tão transparente, eu quase sempre conseguia expressar tudo que pensava ou sentia apenas nas palavras. Lendo minhas redações do colegial – diga-se de passagem, com notas muito gordas - me dá uma saudades do que eu era. 
De como as coisas eram. Será que minha cabeça mudou tanto assim?

Agora, por exemplo, o receio de mostrar essas palavras para qualquer outra pessoa é forte. Mesmo já mudando e tirando vários trechos delas. Pode ser clichê, pobre, comum, medíocre, óbvio, sem criatividade... Tenho a impressão que antes eu me orgulhava de escrever, queria mostrar para a maior quantidade de pessoas que tivessem opiniões importantes pra mim. Hoje não. Talvez porque no colégio era mais fácil, eu já escrevia sabendo que alguém não ia apenas ler, mas dar uma nota pros meus pensamentos. Talvez isso encorajasse...

Acho que o pseudo-intelectualismo é significantemente presente em quase todo mundo.
Já diria Vinicius de Moraes: “O homem que diz ‘sou’, não é. Porque quem é mesmo é ‘não sou’”. 
Vão saber o que você é jeito mais natural sempre, não há necessidade de ficar provando. 

Viu, pseudo-intelectualismo agindo...

Afinal, quem não gosta de ser inteligente? Ou ao menos parecer. Impressiona.

Talvez eu volte a escrever. Sobre tudo, sobre histórias, sonhos, fatos sociais, sobre mulheres importantes, sobre boates pegando fogo, sobre morte, sobre vida, sobre saudades, sobre amor. Sobre humildade, sobre viagens longas, sobre temas propostos por faculdades nos vestibulares...

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